"Ela"

Este post, terá que ser dedicado a Joana Amorim porque lhe andava a prometer um post há muito tempo... embora muito pouco tenha a ver...

Ela só queria um minimo de atenção... que nunca teve. Apenas o desprezo do mundo decadente e a raiva alheia que ela via, e sentia no coração pesar como chumbo. Ela quis apenas, ser ouvida e ouvir. Mas nunca ninguém a ouviu, nem nunca lhe disse nada. Ela queria ser feliz, mas a felicidade nunca tentou nada com ela. Ela queria-o a ele, mas ele nunca a viu, nunca olhou para ela. Apenas passou por ela e ignorou o sorriso fraco que ela lhe deu. O sorriso desvaneceu-se e desapareceu. O mundo traiu-a e ela sentiu-se mal com o mundo. Os céus ficavam escuros quando ela passava. Os passaros não cantavam para ela e a Natureza morria com um unico olhar dos seus olhos azuis. A água gelava e o fogo extinguia-se. Ela queria ser feliz mas não podia, porque a felicidade sempre lhe foi negada. Ela queria um amigo. Não muitos, nem pessoas para sair, ela só queria um amigo que a visse. Que não a achasse invisível e que a abrassasse. Ela queria uma pessoa porque as pessoas, ela não conhecia. Ela queria os olhos de um mortal, para poder ver o mundo sem defeitos. No entanto, ela não os tinha... Ela via o mundo como ninguém via. O mundo era sujo... Ela só o queria mudar... Mas as "pessoas" nunca quiseram ser mudadas. Ela não queria ser mais uma. Ela não queria a banalidade da vida dos outros ser o padrão do mundo. Ela só queria ser diferente sem se destacar na multidão. Ela não queria palavras, queria significados. Não lhe intressava a maneira como o mundo rodava. Apenas que o fazia. Ela tentava ser feliz, mas estava sózinha. As pessoas à sua volta nunca a quiseram ver. Apenas a pisaram como se nada fosse. Ela quis um beijo constantemente negado pela pessoa a quem o pedia. Ela queria viver, mas não podia.

Ela quis sair da prisão que a apertava e tentar respirar. Mas não conseguiu. Então um dia pegou numa pistola e encostou o cano à cabeça. Chorou no cimo de uma montanha e premiu o gatilho. As lágrimas saiam dos olhos abertos e azuis, mas não havia mais tristeza. O sangue saia do buraco na sua cabeça, mas não haviam remorosos. A vontade extingira-se do seu rosto firme e apenas sobrava um expressão de medo. Do que iria encontrar. Iria encontrar alguma coisa? Talvez não... Talvez sim... Só ela o saberá agora... E o mundo curiso não lhe pode perguntar. Lá no cimo ela observa-nos com um sorriso nos lábios e um brilho nos olhos azuis. Ela só queria a atenção, e agora a tinha. Era falada em todos os cantos por palavras chocadas que ressoavam o seu nome nos ouvidos dos mais banais dos humanos. Eles a conheciam agora... Mas já não podiam falar com tal pessoa que os chocou... Ela tinha do embora deixando-os sózinhos. Os olhos de colegas, parentes e conhecidos deixavam lágrimas bater no caixão, mas ela já não as queria. Nem todas as lágrimas do mundo podiam ser tão sinceras como uma única lágrima na sua cara. Até o mais pobre moribundo ou abandonado, que a percebia, seguiu o seu exemplo e acabou com uma vida de desespero, mas com esperança de que um dia a vida o levasse a ele. Mas o medo de se matarem impedia-os... O suicidio como o crime mais hediondo aos olhos de Deus... Talvez... Mas "ela" teve coragem e gritou aos céus no topo da mais alta montanha "Onde está esse Deus?" e logo ai as pessoas odiaram-na. Apenas porque quis saber e porque não responderam... E ela, tentou-O... e conseguiu uma resposta do próprio Deus... Agora até Deus a chorava, e no entanto, ela havia vencido Deus.. Não queria saber dele para coisa alguma. Apenas que se fartara das pessoas e do seu Deus que as faz sofrer em vão.. Agora ela tem uma resposta, que o mundo nunca saberá. Ela soube naquele momento, no topo da mais alta montanha... E Deus respondeu-lhe. A sua ida trouxe finalmente, Sol... brisas... mas ela já não estava lá para os ter... As pessoas falavam agora dela... E sabiam quem era essa rapariga... E ela quis atenção... E teve-a.
Ela é tudo o que alguma vez devia ter existido, e ela existiu... Só que ninguém a viu. "Ela" é hoje um lembrança, uma vaga memória das pessoas... letras de um jornal velho, datado de há muito... Ela.. era o mundo a mudar, tendo sido inpedido. Nunca olharam para o infinito... e nunca viram uma resposta aos vossos medos? Ou ás vossas duvidas? Uma chave à ruina que nos vossos olhos se faz notar? Nunca? Essa resposta, chave era "ela". E vocês não a viram...

VC

"Ganda Post FODASSE!!! e este espaço é meu e eu escrevo o que quiser". (Paperbag... o mentor.... obrigadinho pelo tempo dispensado ;))